A incontinência urinária é uma condição que afeta dramaticamente a qualidade de vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social. A incontinência urinária pode acometer indivíduos de todas as idades, de ambos os sexos e de todos os níveis socia​is e econômicos.

Normalmente existe uma perfeita coordenação entre a bexiga e o esfíncter (músculo que funciona como uma válvula que fecha a uretra, impedindo a saída da urina). A maioria das pessoas possui completo controle sobre esse processo, permitindo o enchimento da bexiga entre 400 ml e 500 ml, sem que ocorram perdas urinárias. Na fase de enchimento, a bexiga está relaxada e o esfíncter contraído. Na fase de esvaziamento da bexiga, é necessária uma perfeita coordenação entre a contração do músculo da bexiga e o relaxamento do esfíncter. Esta coordenação é chamada de sinergismo vesicoesfincteriano.

Incontinência urinária nos homens

As causas da incontinência urinária masculina são variadas e a identificação da origem é essencial para o tratamento adequado. Em homens sem problemas neurológicos, a incontinência urinária está na maioria das vezes associada à história de cirurgias prostáticas. Durante estas cirurgias pode haver lesão do esfíncter ou do nervo responsável pelo seu funcionamento levando a perdas urinárias. As perdas também podem decorrer de um excesso de contrações da bexiga durante o enchimento ou mesmo de transbordamento da urina.

Aproximadamente 1% dos pacientes submetidos à ressecção transuretral da próstata evoluem com incontinência urinária após a cirurgia. Nos pacientes submetidos à prostatectomia radical (remoção completa da próstata) esta complicação pode ocorrer entre 2% a 10% dos casos.

Como pacientes com hiperplasia benigna da próstata esperam que a cirurgia alivie os sintomas urinários, qualquer grau de incontinência urinária pós-operatória é pouco tolerado. Nos pacientes submetidos à cirurgia radical, a incontinência pós-operatória pode ser transitória. Quando a incontinência se mantém por tempo mais prolongado geralmente é necessária uma cirurgia de correção da incontinência que muitas vezes consiste na colocação de um esfíncter artificial.

Alguns pacientes submetidos à prostatectomia podem apresentar, nas primeiras semanas após a retirada da sonda, urgência para urinar, uma frequência miccional aumentada e até mesmo incontinência por contrações da bexiga durante seu enchimento denominada incontinência de urgência. Nesta fase, é importante excluir duas condições que podem causar estas manifestações, que são infecção urinária e obstrução do local onde se suturou a uretra à bexiga (anastomose uretrovesical) após a retirada da próstata impedindo o paciente de urinar e causando perdas por transbordamento.

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